A dor do pecado é sempre maior do que seu prazer. A angústia que dele decorre é maior do que sua efêmera satisfação.
“Instruir-te-ei e ensinar-te-ei o caminho que deves seguir; guiar-te-ei com os meus olhos. Não sejais como o cavalo, nem como a mula
, que não têm entendimento, cuja boca precisa de cabresto e freio, para que se não atirem a ti” (Salmos 32. 8-9).
Não há dúvidas quanto à necessidade de se ter a orientação do Espírito em todos os momentos da vida. Na tentativa de aguçar o seu discernimento quanto à percepção de certas situações típicas e rotineiras nas quais a direção do Espírito se torna importante, quero compartilhar com você algumas situações que considero de grande importância na vida de todos nós. Nada tão elaborado e complicado de perceber. Antes porém, deixe-me compartilhar algo.
Quando aceitei a fé, logo cedo, atentei para o fato de que era possível receber a orientação de Deus para a construção da minha vida. Com efeito, se você crer que Deus tem um propósito para você, deverá igualmente crer que Ele quer direcioná-lo. Do contrário, você perderá seus dias, preso numa rotina infrutífera. Vamos então aos pontos chaves:
1-Na tomada de decisões, envolvendo fazer ou não fazer algo; aceitar ou não aceitar algo que pode mudar o curso de sua vida ou mesmo desviar você da presença de Deus. Exemplos: alianças e parcerias comerciais; mudança de residência; adoção de uma criança etc. Se você é jovem, pode incluir nessa lista, o projeto de um casamento e a escolha do seu cônjuge. É obvio que haverá ocasiões nas quais a pedagogia de Deus levará você a aprender com os seus erros, inclusive com o objetivo de depender do Senhor e aprender a ouvir a sua voz.
2-Quando surge a ideia de ir a um lugar ou falar com alguém. Refiro-me a comportamentos e acontecimentos que podem ser de sua própria iniciativa. Nesses casos, sugiro que você verifique a natureza desse impulso motivador, devendo lembrar que conversas sem objetivos e passeios sem nenhuma visão de propósito, frequentemente são atitudes infrutíferas e que redundam em obras da carne. A lógica não é torná-lo fanático, pensando que não deva nem mesmo ter lazer, descansar, ter férias, passear etc. O objetivo é que você considere Deus presente em todos os seus caminhos e pratique a consciência dEle em sua vida em toda suas áreas.
3-Diante de situações formais onde sua fala é requerida. Você pode considerar o ato formal de alguém questionar a sua fé, como expressa Pedro: “Estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós” (1 Pedro 3:15) ou situações humanas, naturais da vida, mas também importantes. Exemplos: ao prestarmos um depoimento, passarmos por uma entrevista de emprego, avaliações e testes acadêmicos etc. Em todas essas situações, a ajuda do Espírito sempre estará presente para que não venhamos contradizer-nos ou cair em situações embaraçosas que manchem a verdade do evangelho em nós.
4-Diante da prática da evangelização pessoal e pregação da Palavra. Essas são situações típicas nas quais o espírito Santo sempre deve estar presente. Como alguém pode pensar ser possível falar de Jesus ou testemunhar do seu amor por nós sem a ajuda e unção do Espírito? Oh, como precisamos da orientação do Espírito nesses momentos! Somente ele nos dará as palavras certas e ungidas para que os corações sejam tocados. Não é à toa que Paulo pedia oração “para que me seja dada, no abrir da minha boca, a palavra com confiança, para fazer notório o mistério do evangelho, pelo qual sou embaixador em cadeias; para que possa falar dele livremente, como me convém falar” (Efésios 6:19-20).
Que Deus nos abençoe! Que Ele nos oriente com seu Espírito em todas as situações acima. Com efeito, Ele sempre está presente, e se manifestará na medida do nosso fervor espiritual, na medida de sua Graça sobre vós e sobretudo, na medida de nossa vida diária de comunhão com Ele.
Eu te louvarei, Senhor, com todo o meu coração; contarei todas as tuas maravilhas… Pois tu tens sustentado o meu direito e
a minha causa; tu te assentaste no tribunal, julgando justamente” – Salmo 9:1,4. Quem tem maior autoridade sobre tudo e sobre todos? Você tem alguma causa pessoal, familiar, social, que de
alguma forma está tramitando na justiça do homem? Se tiver é bem provável que um sentimento de impotência vez ou outra acaba passando pela mente, afinal, a justiça do homem é tão falha, tão morosa, tão tendenciosa, tão pífia! Mas, sua causa é justa; você não está pleiteando nada injusto? Sua causa, além de estar na justiça (humana), também foi confiada (apresentada) a Deus? Ah! Então temos boas notícias da parte de Deus para todos nós! Aleluia! O salmista no Salmo 9 está nos agraciando com conhecimento divino que muito nos anima a esperar em Deus depois de termos confiado alguma causa a Ele. Ele (o salmista) nos diz que: – O Senhor tem um tribunal próprio, de justiça pura e verdadeira e está pronto para julgar! v.7 – Ele exerce reto juízo sobre todos! v.8 – O Senhor é alto refúgio para quem se sente oprimido e angustiado! v.9 – Os que verdadeiramente conhecem o Nome do Senhor confiam nEle, pois, Ele nunca os desampara! v.10 – Ele não esquece o clamor dos aflitos! v.12 – O Senhor se torna conhecido pelo juízo que exerce e os homens são enlaçados nas suas próprias armadilhas! v.16 – O necessitado… a necessitada NÃO será esquecido(a) para sempre, nem a expectativa dos pobres que nEle esperam! v.19 Então, o salmista logo após contemplar essas maravilhas do trono do Senhor, ele brada: – Levanta-te, Senhor; não prevaleça o homem; sejam julgados os gentios diante da tua face! v.19 Sabe o que quer dizer tudo isso? Que o Trono do Senhor delega sobre todos os demais tronos… Não importa quão poderoso possa parecer o “trono” que se opõe a nós, pois o Sublime trono do Altíssimo tem a palavra final. Aleluia! É de lá que vem a resolução para a causa daquele que nEle espera e O louva! O caminho é esse, as estruturas humanas estão aí para atender essa demanda e necessário se faz passar por esse processo, mesmo que às vezes demore, entretanto, o Senhor se levanta em prol de Seus filhos para que não prevaleça a mão do homem… o trono do homem! Você tem uma causa? Ela é justa? Você já a colocou diante do Senhor? Mesmo que não seja algo jurídico, mas qualquer outra causa! Então louve-O com todo o coração, pois Ele sustenta o seu direito. Ele está assentado num alto e sublime trono julgando justamente! Alegre-se! (E depois nos escreva contando testemunho para glória do Soberano Senhor). …Seu trono delega sobre todos os demais tronos!
Você já viu uma lápide com um “$” escrito sobre ela? Eu nunca vi. Conhecemos centenas de pessoas que viveram ou ainda vivem
com um único propósito: acumular riquezas. Porém, não conhecemos ninguém que deseje que o juízo final para sua vida seja baseado naquilo que ele conseguiu ganhar. As pessoas
desejam que, em seu obituário, todos possam ler a respeito de sua vida a serviço da humanidade e não um balancete de sua riqueza. Qual tem sido a nossa meta para uma vida vitoriosa e feliz? Ganhar muito dinheiro? Parece que nos últimos dias tem aumentado o número de pessoas que se aplicam apenas a isso. Até uma grande parte de nossas igrejas tem enfatizado a “benção de ficar rico”. Nos programas de televisão ou de rádio, os testemunhos dizem apenas isso: “Eu agora tenho dinheiro, tenho empresas, tenho carros, tenho…” e Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador, que entregou Sua vida por nós em uma cruz, não é citado uma vez sequer. Seria essa a grande bênção a alcançar para nossas vidas espirituais? Seria esse o caminho da vida abundante e eterna? Foi para isso que o Senhor nos salvou? Ser um vencedor não significa ter um grande patrimônio financeiro. Ter uma vida abençoada não implica em aumentar a conta bancária. Melhor que todo o ouro e prata deste mundo é estar feliz diante do altar de Deus, é ter a certeza de que Ele caminha ao nosso lado e que jamais nos abandonará, é poder deitar e descansar tranquilamente. Ele nos prometeu suprir as necessidades, não seria isso o bastante? E se Ele quiser nos dar muito dinheiro, glórias a Ele. Estaremos muito alegres, não apenas pelo dinheiro em si, mas, pela bênção do Senhor ter desejado no-lo dar. No dia em que o Senhor vier nos buscar, não lhe mostraremos o extrato de nossas contas, mas os nossos corações, cheios de amor, de bondade, do prazer de poder seguir com Ele para as mansões celestiais.
Existem decisões em nossas vidas que são muito importantes, pois mudam completamente o rumo da nossa história.
A escolha do curso superior, da profissão, do emprego, do cônjuge, são apenas alguns exemplos de decisões muito sérias. Decidir sobre um namoro pode parecer algo de pouca importância, mas,
considerando que o mesmo pode conduzir ao casamento, é necessário que a questão seja examinada com seriedade. Mudar de igreja ou de cidade pode também alterar muito a vida de uma pessoa. Nessas horas, precisamos de uma direção segura, pois as conseqüências, boas ou más, podem ser irreversíveis. Temos liberdade de escolha, mas só o SENHOR pode nos mostrar a melhor opção. Somos semelhantes ao motorista numa rodovia, que precisa decidir corretamente diante das encruzilhadas e trevos, pois o retorno pode ser muito difícil e distante. Em algumas situações da vida, não há como voltar. É imprescindível, portanto, que aprendamos a ver e entender os sinais que nos ajudarão a andar no melhor caminho. Como descobrir a direção certa? – Bom senso, inteligência e conhecimento são importantes e úteis, mas podem não ser suficientes. Use sua capacidade intelectual, mas não se apóie totalmente nela. Por mais conhecimento que possamos adquirir, não seremos oniscientes ou prescientes. Portanto, somos dependentes do SENHOR. “Confia no SENHOR de todo o teu coração, e não te estribes no teu próprio entendimento” (Pv.3.5). – Ouça a voz da consciência, mostrando o que é certo e o que é errado. Entretanto, isto não é tudo. Como disse o Pr. Márcio Valadão, “se vamos fazer ou deixar de fazer alguma coisa, não é apenas por se tratar de algo certo ou errado, mas por estar ou não de acordo com a vontade do SENHOR para nós”. Podemos estar diante de duas opções certas, porém existe uma melhor que a outra. Precisamos da direção divina para escolher bem. – Ore, entregue a vida ao SENHOR, peça a ele orientação (Salmo 37.5). Um filho que se recusa a pedir o conselho dos pais age como se fosse órfão. Quando tomamos decisões sem orar, a responsabilidade é toda nossa. Quando oramos, dividimos a responsabilidade com o SENHOR. O SENHOR responde de várias formas. Podemos ouvir a sua voz diretamente, mas ele nos fala também através da bíblia e das pessoas que estão à nossa volta. – Conheça a bíblia e siga os seus princípios. Não se trata de imitar os personagens nem de encontrar decisões prontas. A bíblia nos dá parâmetros para boas escolhas. Se a nossa resolução estiver de acordo com a justiça, a verdade, a fé, a misericórdia e a bondade, é bem provável que esteja correta. Por outro lado, se você sabe que a bíblia proíbe algo, não adianta orar e pedir direção do SENHOR sobre o assunto. “Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai”. (Fp.4.8). Creio que essa lista de valores deve ser também a base para as nossas decisões e escolhas. – Ouça o conselho das pessoas mais experientes, principalmente daqueles que exercem autoridade sobre você. A orientação dos líderes deve ser seguida enquanto estiver de acordo com os princípios bíblicos. “Assim diz o Senhor: Ponde-vos nos caminhos, e vede, e perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; e achareis descanso para as vossas almas…”. (Jr.6.16). Em assuntos de ordem pessoal, o líder eclesiástico deve orientar, mas não pode tomar decisões no lugar dos liderados. Se você sabe que a bíblia ordena ou proíbe algo, não é necessário pedir orientação do líder. – Além de todos os meios já citados, o cristão pode contar com a direção do Espírito Santo, conforme falamos no início. Ele é uma pessoa que tem vontade própria e se expressa de várias maneiras, inclusive por meio dos dons espirituais (ICor.12; At.13.1-2). Uma de suas principais funções neste mundo é nos conduzir à verdade (João 16.13 ). Quando não ouvimos claramente a voz do Espírito Santo, creio que ele pode nos guiar através de uma convicção interior que produz paz em nossos corações. – O SENHOR nos guia também por meio das circunstâncias. Vemos isso na história de José do Egito. Ele teve sonhos proféticos e depois foi conduzido silenciosamente através de fatos diversos que o levaram ao palácio de Faraó. Quando o SENHOR se cala, devemos apenas confiar nele. Se, em algum momento, não houver direção, não houver certeza, talvez seja melhor não sair do lugar. Nesse caso, se a decisão puder ser adiada, que seja, mas não por preguiça, medo, negligência ou covardia. Quando Israel viajava pelo deserto, havia uma nuvem que o guiava (Num.9.15-23). Se a nuvem estivesse parada, o povo deveria permanecer naquele lugar. Existem momentos em que devemos esperar, com paciência, até que recebamos uma ordem, uma orientação ou um sinal. Jesus foi levado pelo Espírito Santo ao deserto, mas ele não ficaria ali para sempre. O deserto pode ser uma passagem, mas não uma morada. Depois, Cristo voltou para a cidade e foi exercer seu ministério. Queremos fazer a obra do SENHOR com êxito e vitória? Precisamos enfrentar o deserto, conduzidos pelo Espírito Santo.